Pesquisar
Close this search box.

Agronegócio

Paraná inova com turismo rural técnico-científico

Agronegócio

O Paraná tem atraído um novo tipo de turista, neste verão: o Turismo Rural Técnico-Científico. Entre 9 e 13 de janeiro, 26 produtores franceses estiveram em propriedades rurais de um roteiro que incluiu Londrina, Cambé, Goioerê, Santa Tereza do Oeste e Marialva.

Um dos pontos que mais impressionou os turistas foi a Rota da Uva de Marialva, que recebeu o grupo na sexta-feira (12.01). A propriedade escolhida foi a Tamura Turismo Pedagógico, por conta do interesse dos visitantes em conhecer o sistema de produção orgânica e a biofábrica do local.

A propriedade produz frutas e é assistida pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater (IDR-Paraná). Entre os visitantes, estavam produtores de grãos, beterraba açucareira, frutas, batatas, suinocultores, pecuaristas e avicultores.

Responsável pela organização do roteiro, a empresa TNT Agroimersão, de Londrina, é especializada em eventos e viagens do agronegócio, e contou com auxílio do IDR-Paraná na indicação da propriedade e acompanhamento. “Nós sabemos que o IDR é um instituto especializado na área de desenvolvimento rural, e tem tudo a ver com o nosso negócio. A propriedade foi muito elogiada pelos visitantes”, explica Camilla Atibaia, Departamento do Comercial Técnico. Segundo ela, os turistas têm como principal objetivo conhecer as boas práticas de gestão, técnicas e manejo, e entender os principais desafios da cadeia produtiva do agro brasileiro.

O extensionista rural do IDR-Paraná em Marialva, Ailton Poppi, que participou da visita, explica que o Instituto está implementando um projeto de turismo tecnológico, em que o público-alvo são produtores, tanto do Brasil quanto de outros países. “Hoje, temos essa gama de trabalho que vai desde a agroecologia, orgânicos, Projeto Grãos, pecuária, entre outros. Então, o que queremos com esse tipo de turismo é abrir as propriedades que se destacam, para que os visitantes possam conhecer o trabalho do IDR na agricultura do Paraná”.

O produtor e professor Eric Taisne, de Pas de Calais, na região norte da França, disse que gostou muito da visita a Marialva. “Desde a limpeza da propriedade e também da produção de adubos biológicos On Farm”, diz. Também relata que ficou impressionado com a diversidade de frutas produzidas e pelos ciclos, a exemplo da goiaba, produzida ao longo de 10 meses do ano. Os produtores foram acompanhados pelo tradutor Geferson Ecker e, após conhecer o Paraná, seguiram, nesta semana, para o Rio de Janeiro. Uma nova visita ao estado está prevista para março deste ano, na região dos Campos Gerais e Litoral.

NOVIDADE – O interesse de grupos nacionais e internacionais nas práticas agrícolas da agricultura paranaense está no radar do IDR-Paraná, que deve lançar a Rota do Turismo Técnico Científico durante o Show Rural, em fevereiro. A ideia é roteirizar propriedades referência em todas as cadeias produtivas e mostrar o modelo de produção para atrair visitantes estrangeiros, além do público interno. “Queremos utilizar o conhecimento dos agricultores e destacar a importância da pesquisa e assistência técnica, além das políticas públicas de fomento, via Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, que são injetadas nas propriedades, seja como fomento para infraestrutura ou para assistência técnica e promoção do destino turístico”, explica a coordenadora de Turismo Rural do IDR-Paraná, Terezinha Busanello Freire. A iniciativa envolve parcerias com empresas privadas, a exemplo da TNT Agroimersão, tanto para turismo de lazer como para o turismo técnico-científico.

MARIALVA – A propriedade é gerenciada e operacionalizada pela família Tamura.Uma das proprietárias, Suzana Tamura, conta que a visita foi uma excelente troca de experiências e oportunidade de apresentar o trabalho com a produção sem agrotóxicos. Além disso, os visitantes conheceram as ações de turismo rural pedagógico desenvolvido no local, voltadas para alunos a partir dos cinco anos de idade até universitários, produtores rurais e técnicos agrícolas. “Nós ficamos muito felizes quando percebemos que nosso trabalho está sendo elogiado e reconhecido por tantas pessoas”.

Não foi a primeira vez que a chácara Tamura recebeu visitas do exterior. Em 2019, estudantes japoneses em formação como técnicos agrícolas e intercambistas norte-americanos estudantes de agronomia estiveram no local. No ano passado, a família também recebeu a visita do professor Wilder Robles, Ph.D. do setor de desenvolvimento rural da Brandon University do Canadá.

Conhecida como a Capital da Uva Fina do Paraná, a cidade de Marialva obteve, em 2017, o selo de Indicação Geográfica (IG), conferido a produtos cultivados em regiões específicas e com características diferenciadas. A diretora de Turismo do município, Solange Alvarenga, destacou o reconhecimento das riquezas da região e a parceria com o IDR-Paraná para fomentar o setor. “Isso tem sido muito importante para o município, e principalmente para o pequeno produtor. Foi uma alegria receber esse grupo de produtores franceses, até porque foi um sinal claro de que estamos no caminho certo no nosso turismo rural”, diz.

Fonte: Pensar Agro

COMENTE ABAIXO:
Propaganda

Agronegócio

Conab conclui a rodada de leilões de contratos de venda de arroz

Publicados

em

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) concluiu na sexta-feira (20.12) a última rodada de leilões de contratos de opção de venda de arroz para a safra 2024/25. O encerramento marca o fim de uma iniciativa que buscou regular o mercado interno do cereal, ao mesmo tempo em que encerra a polêmica sobre a possível necessidade de importação para equilibrar a oferta no país. Foram negociados, nesta etapa final, 28,9 mil toneladas de arroz, em um valor total de R$ 51,1 milhões.

Desde julho, o mercado de arroz em casca no Brasil enfrentou um cenário de forte desacordo entre produtores e compradores. De um lado, os produtores optaram por priorizar exportações no porto de Rio Grande (RS), aproveitando a demanda internacional e buscando mitigar os efeitos da desvalorização do dólar. De outro, compradores, como indústrias de beneficiamento, resistiram a pagar preços mais altos, alegando dificuldades em repassar os custos ao varejo e atacado. Esse impasse travou negociações no mercado interno e trouxe incertezas para a definição dos preços do cereal.

Os leilões realizados pela Conab foram vistos como uma tentativa de aliviar essas tensões. Apesar de a expectativa inicial ser a comercialização de até 500 mil toneladas de arroz, foram negociadas ao todo 92,2 mil toneladas em 3,4 mil contratos de opção.

A operação, que contou com um orçamento de quase R$ 1 bilhão, poderá gerar um custo de R$ 163 milhões à Conab, caso todos os contratos sejam exercidos. O presidente da estatal, Edegar Pretto, avaliou o resultado como positivo, destacando que a baixa adesão indica confiança dos produtores na capacidade de absorção da safra pelo mercado doméstico, estimada em 12 milhões de toneladas.

A conclusão dos leilões também encerra uma das discussões mais sensíveis do ano: a possibilidade de importação de arroz para regular o mercado interno. Em julho, com o impasse entre oferta e demanda, a proposta de trazer arroz de outros países foi cogitada, mas enfrentou forte resistência dos produtores nacionais. Agora, com a comercialização incentivada pelos contratos de opção de venda, o cenário se ajusta, afastando o risco de medidas externas.

Os leilões também tiveram impacto regional significativo. No Rio Grande do Sul, maior estado produtor, cooperativas e agricultores de municípios como São Borja e Itaqui participaram ativamente. Já no Mato Grosso, produtores de cidades como Água Boa e Nova Monte Verde foram destaque na negociação dos contratos. Apesar de os números finais não terem atingido a meta inicial, a iniciativa da Conab trouxe alívio ao setor, consolidando-se como um mecanismo eficaz de regulação do mercado.

Com a finalização desse processo, espera-se maior estabilidade para o próximo ciclo de produção e comercialização. A estratégia da Conab reforçou a confiança do setor produtivo na capacidade de atender à demanda interna e garantiu maior segurança ao mercado, sem recorrer a medidas que poderiam comprometer a competitividade do agronegócio brasileiro.

Fonte: Pensar Agro

COMENTE ABAIXO:
Continue lendo

POLÍCIA

RONDÔNIA

PORTO VELHO

POLÍTICA RO

MAIS LIDAS DA SEMANA