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Pesquisa pioneira da Embrapa seleciona milho com alta produtividade e mais resistentes

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O Programa de Melhoramento da Embrapa Milho e Sorgo (MG) fez a seleção de híbridos de milho tropical com menor incidência de fumonisinas nos grãos.

Essas fumonisinas, micotoxinas produzidas por fungos do gênero Fusarium, são prejudiciais tanto para a saúde humana quanto para a animal. Paralelamente, os pesquisadores encontraram híbridos com uma alta taxa de produção de grãos. O método empregado para essa pesquisa foi a seleção genômica, realizada em colaboração com a Universidade Federal de Viçosa (UFV).

O estudo, focado em atender à necessidade de alimentos mais saudáveis, revelou o potencial do material genético elite de milho da Embrapa Milho e Sorgo para o desenvolvimento de variedades com baixa incidência de fumonisinas e alta produtividade. Essas duas características são cruciais para a agricultura e beneficiam tanto a saúde humana quanto a animal.

Segundo Maria Marta Pastina, chefe-adjunta de Pesquisa & Desenvolvimento da Embrapa Milho e Sorgo e líder dessa pesquisa, “a seleção genômica nos permite ajustar modelos de predição e selecionar indivíduos em estágios iniciais, visando promover aqueles com maior potencial genético.

Dessa forma, não é necessário avaliar no campo, já que utilizamos o genótipo de indivíduos sob seleção e informações genéticas e fenotípicas de indivíduos relacionados geneticamente. Essa estratégia contribui para reduzir os custos de experimentação, fenotipagem e acelera o avanço das gerações no melhoramento genético anual”, afirma Pastina.

Nesse estudo, foram escolhidos 20 híbridos superiores, resultando em um avanço genético de 20,8% na redução dos teores de fumonisinas nos grãos e um aumento de 35,3% na produtividade de grãos.

“Para obter novos híbridos com essas características, alta produtividade e menor teor de fumonisinas, recomendamos a utilização de linhagens parentais em novos cruzamentos, identificadas como geneticamente superiores para ambas as características. Isso possibilitará a geração de uma nova variabilidade genética dentro de seus grupos respectivos, resultando em linhagens mais promissoras”, acrescenta a pesquisadora.

Os pesquisadores enfatizam que é importante não negligenciar algumas doenças na seleção e na recomendação de cultivares. Um exemplo disso é a fusariose, causada pelo fungo Fusarium verticillioides Nirenberg, que produz micotoxinas prejudiciais à saúde humana e animal, associadas até mesmo ao câncer. Existem diversas classificações para essas micotoxinas, incluindo as fusarinas e as fumonisinas.

Conforme os pesquisadores envolvidos no estudo, a maneira mais eficaz e sustentável de combater a fusariose é selecionar genótipos resistentes ao patógeno e à produção de fumonisinas nos grãos. “Essa pesquisa é inovadora no Brasil, sendo raras as abordagens de seleção genômica que combinam resistência a doenças de grãos e alta produtividade na literatura científica”, afirmam.

A pesquisa utilizou a seleção genômica, comparando a precisão de diferentes modelos de predição para genótipos tropicais, com o objetivo de identificar híbridos superiores com alta produtividade e baixo teor de fumonisinas, baseando-se nos valores genéticos genômicos (GEBV – Valor Genético Genômico Estimado).

“O GEBV leva em consideração não apenas o desempenho no campo, mas também a relação genética entre os genótipos, obtida a partir de dados de marcadores moleculares – genotipagem – dos materiais em avaliação. Isso resulta em uma seleção mais precisa, menor margem de erro na previsão e, por consequência, maior ganho”, explica Lauro José Moreira Guimarães, outro pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo.

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“Controlar patógenos causadores de podridões nos grãos de milho através de métodos químicos é extremamente desafiador, uma vez que a estrutura da espiga protege os fungos contra defensivos agrícolas que poderiam ser utilizados com esse propósito”, relata Guimarães. “Por isso, desenvolver variedades com níveis mais elevados de resistência genética a esses patógenos é de extrema importância”, enfatiza.

É por esse motivo que, na Embrapa Milho e Sorgo, o Programa de Melhoramento visa criar híbridos produtivos e com maior resistência aos fungos causadores de podridões e produtores de micotoxinas nos grãos, especialmente as fumonisinas.

A análise fenotípica e a predição genômica foram empregadas na pesquisa, onde 392 híbridos experimentais foram avaliados em três safras consecutivas (2014/2015, 2015/2016 e 2016/2017), originados de 375 linhagens em seleção, cruzadas com linhagens elites de grupos complementares. Alguns híbridos foram comuns às três safras. O objetivo foi avaliar o teor de fumonisina (FUM) e a produtividade de grãos (PG) em toneladas por hectare.

Informações mais detalhadas sobre essa pesquisa estão disponíveis na publicação “Seleção de genótipos de milho tropical com menor incidência de fumonisinas nos grãos e alta produtividade via predição genômica”, que contou com a participação de Maria Marta Pastina, Lauro Guimarães, Dagma Dionísia da Silva e Valéria Vieira Queiroz, pesquisadores da Embrapa Milho e Sorgo, além dos professores Leonardo Lopes Bhering Saulo e Kaio Olímpio das Graças Dias, doutores em Genética e Melhoramento pela Universidade Federal de Viçosa, e a doutora Jeniffer Santana Pinto Coelho Evangelista e o doutorando Saulo Fabrício da Silva Chaves.

Fonte: Pensar Agro

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Conab conclui a rodada de leilões de contratos de venda de arroz

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A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) concluiu na sexta-feira (20.12) a última rodada de leilões de contratos de opção de venda de arroz para a safra 2024/25. O encerramento marca o fim de uma iniciativa que buscou regular o mercado interno do cereal, ao mesmo tempo em que encerra a polêmica sobre a possível necessidade de importação para equilibrar a oferta no país. Foram negociados, nesta etapa final, 28,9 mil toneladas de arroz, em um valor total de R$ 51,1 milhões.

Desde julho, o mercado de arroz em casca no Brasil enfrentou um cenário de forte desacordo entre produtores e compradores. De um lado, os produtores optaram por priorizar exportações no porto de Rio Grande (RS), aproveitando a demanda internacional e buscando mitigar os efeitos da desvalorização do dólar. De outro, compradores, como indústrias de beneficiamento, resistiram a pagar preços mais altos, alegando dificuldades em repassar os custos ao varejo e atacado. Esse impasse travou negociações no mercado interno e trouxe incertezas para a definição dos preços do cereal.

Os leilões realizados pela Conab foram vistos como uma tentativa de aliviar essas tensões. Apesar de a expectativa inicial ser a comercialização de até 500 mil toneladas de arroz, foram negociadas ao todo 92,2 mil toneladas em 3,4 mil contratos de opção.

A operação, que contou com um orçamento de quase R$ 1 bilhão, poderá gerar um custo de R$ 163 milhões à Conab, caso todos os contratos sejam exercidos. O presidente da estatal, Edegar Pretto, avaliou o resultado como positivo, destacando que a baixa adesão indica confiança dos produtores na capacidade de absorção da safra pelo mercado doméstico, estimada em 12 milhões de toneladas.

A conclusão dos leilões também encerra uma das discussões mais sensíveis do ano: a possibilidade de importação de arroz para regular o mercado interno. Em julho, com o impasse entre oferta e demanda, a proposta de trazer arroz de outros países foi cogitada, mas enfrentou forte resistência dos produtores nacionais. Agora, com a comercialização incentivada pelos contratos de opção de venda, o cenário se ajusta, afastando o risco de medidas externas.

Os leilões também tiveram impacto regional significativo. No Rio Grande do Sul, maior estado produtor, cooperativas e agricultores de municípios como São Borja e Itaqui participaram ativamente. Já no Mato Grosso, produtores de cidades como Água Boa e Nova Monte Verde foram destaque na negociação dos contratos. Apesar de os números finais não terem atingido a meta inicial, a iniciativa da Conab trouxe alívio ao setor, consolidando-se como um mecanismo eficaz de regulação do mercado.

Com a finalização desse processo, espera-se maior estabilidade para o próximo ciclo de produção e comercialização. A estratégia da Conab reforçou a confiança do setor produtivo na capacidade de atender à demanda interna e garantiu maior segurança ao mercado, sem recorrer a medidas que poderiam comprometer a competitividade do agronegócio brasileiro.

Fonte: Pensar Agro

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