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Agronegócio

Trigo em alta: preços seguem firmes no mercado brasileiro em meio a tensões internacionais e clima adverso

Agronegócio

O mercado brasileiro de trigo atravessa um período de lentidão, caracterizado por negócios pontuais e preços firmes em ascensão. De acordo com especialistas do setor, os preços atuais atingiram os patamares mais elevados desde julho de 2023, influenciados por uma série de fatores tanto no cenário internacional quanto doméstico.

Um dos principais fatores que têm pressionado os preços é o clima adverso na região do Mar Negro, uma área crucial para a produção mundial de trigo. As condições climáticas desfavoráveis estão comprometendo a safra, o que impacta negativamente a oferta global. Paralelamente, as tensões entre Rússia e Ucrânia, exacerbadas pela guerra em curso, geram incertezas no mercado, dificultando o fluxo de grãos e, consequentemente, elevando os preços.

Nos Estados Unidos, a situação também é preocupante. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou dados recentes indicando uma piora nas condições das lavouras de trigo de inverno, o que contribui para a alta nos preços internacionais do cereal. Além disso, o custo de importação do trigo para o Brasil tem aumentado significativamente, adicionando mais pressão sobre os preços internos.

Apesar da firmeza nos preços, a demanda por trigo no mercado brasileiro mantém-se cautelosa. Muitos moinhos possuem estoques suficientes para enfrentar boa parte da entressafra, o que os torna reticentes em realizar novas compras a preços elevados.

No Paraná, principal estado produtor de trigo no Brasil, a tonelada do cereal tipo 01 é cotada em média a R$ 1.433 no FOB interior. Este valor representa um aumento de 1,9% em relação à semana passada e de 7% em comparação com o mesmo período do mês anterior.

No Rio Grande do Sul, segundo maior produtor de trigo do país, a cotação média nas principais regiões de produção é de R$ 1.345 por tonelada. Esse valor indica um aumento de 1,5% em relação à semana passada e de 3,9% quando comparado ao mesmo período do mês anterior.

Com a combinação de fatores internacionais e domésticos pressionando os preços, a expectativa é que o mercado de trigo continue firme no curto prazo. No entanto, a demanda cautelosa dos moinhos e a sazonalidade da entressafra podem introduzir alguma volatilidade nos preços nas próximas semanas. A indústria permanece atenta às dinâmicas do mercado global e aos desdobramentos internos que possam afetar a oferta e demanda do trigo no Brasil.

Fonte: Pensar Agro

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Agronegócio

Conab conclui a rodada de leilões de contratos de venda de arroz

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A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) concluiu na sexta-feira (20.12) a última rodada de leilões de contratos de opção de venda de arroz para a safra 2024/25. O encerramento marca o fim de uma iniciativa que buscou regular o mercado interno do cereal, ao mesmo tempo em que encerra a polêmica sobre a possível necessidade de importação para equilibrar a oferta no país. Foram negociados, nesta etapa final, 28,9 mil toneladas de arroz, em um valor total de R$ 51,1 milhões.

Desde julho, o mercado de arroz em casca no Brasil enfrentou um cenário de forte desacordo entre produtores e compradores. De um lado, os produtores optaram por priorizar exportações no porto de Rio Grande (RS), aproveitando a demanda internacional e buscando mitigar os efeitos da desvalorização do dólar. De outro, compradores, como indústrias de beneficiamento, resistiram a pagar preços mais altos, alegando dificuldades em repassar os custos ao varejo e atacado. Esse impasse travou negociações no mercado interno e trouxe incertezas para a definição dos preços do cereal.

Os leilões realizados pela Conab foram vistos como uma tentativa de aliviar essas tensões. Apesar de a expectativa inicial ser a comercialização de até 500 mil toneladas de arroz, foram negociadas ao todo 92,2 mil toneladas em 3,4 mil contratos de opção.

A operação, que contou com um orçamento de quase R$ 1 bilhão, poderá gerar um custo de R$ 163 milhões à Conab, caso todos os contratos sejam exercidos. O presidente da estatal, Edegar Pretto, avaliou o resultado como positivo, destacando que a baixa adesão indica confiança dos produtores na capacidade de absorção da safra pelo mercado doméstico, estimada em 12 milhões de toneladas.

A conclusão dos leilões também encerra uma das discussões mais sensíveis do ano: a possibilidade de importação de arroz para regular o mercado interno. Em julho, com o impasse entre oferta e demanda, a proposta de trazer arroz de outros países foi cogitada, mas enfrentou forte resistência dos produtores nacionais. Agora, com a comercialização incentivada pelos contratos de opção de venda, o cenário se ajusta, afastando o risco de medidas externas.

Os leilões também tiveram impacto regional significativo. No Rio Grande do Sul, maior estado produtor, cooperativas e agricultores de municípios como São Borja e Itaqui participaram ativamente. Já no Mato Grosso, produtores de cidades como Água Boa e Nova Monte Verde foram destaque na negociação dos contratos. Apesar de os números finais não terem atingido a meta inicial, a iniciativa da Conab trouxe alívio ao setor, consolidando-se como um mecanismo eficaz de regulação do mercado.

Com a finalização desse processo, espera-se maior estabilidade para o próximo ciclo de produção e comercialização. A estratégia da Conab reforçou a confiança do setor produtivo na capacidade de atender à demanda interna e garantiu maior segurança ao mercado, sem recorrer a medidas que poderiam comprometer a competitividade do agronegócio brasileiro.

Fonte: Pensar Agro

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